Vivemos numa era onde produtividade é exaltada, mas significado é negligenciado. Onde ter um emprego estável é sinônimo de sucesso, mesmo que a alma esteja gritando em silêncio. Mas e se eu te dissesse que trabalhar com propósito não é privilégio? É uma escolha. Uma decisão de integridade com quem você é.
Ao ler este artigo, você vai compreender que alinhar sua carreira com seus valores não é um capricho, é sobrevivência emocional. Vai descobrir como o propósito é construído, não encontrado. E que trabalhar com sentido não é só uma questão profissional, mas espiritual.
Falo disso porque vivi esse conflito. Em Nunca duvide que você é especial, compartilho como deixei um cargo estável e reconhecido para me lançar no desconhecido — guiado apenas pela convicção de que eu precisava ser coerente comigo mesmo. E foi nesse salto, cheio de medo, que encontrei um caminho de verdade.
O que é, afinal, trabalhar com propósito?
Trabalhar com propósito não é fazer algo “grande” aos olhos do mundo. É fazer algo alinhado com a sua verdade interior. Significa dizer sim ao que faz sentido e não ao que apenas parece certo por fora. Propósito não é fama, não é reconhecimento, não é status. É coerência.
Viktor Frankl, psiquiatra e sobrevivente do Holocausto, escreveu em Em busca de sentido:
“A principal motivação da vida humana não é o prazer ou o poder, mas o sentido.”
Sentido é o que te sustenta nos dias difíceis. É o que impede que você adoeça fazendo o que deveria amar. É o que transforma trabalho em missão, e não apenas em obrigação.
A armadilha da produtividade sem alma
Quantas pessoas você conhece que são extremamente eficientes no que fazem — mas estão vazias por dentro? Cumprir metas sem propósito é como correr em uma esteira: você se movimenta o tempo todo, mas não sai do lugar. O filósofo Henry David Thoreau já dizia: “A maioria dos homens vive uma vida de silencioso desespero.” E muito desse desespero nasce justamente de um trabalho que não conversa com o coração.
O mundo corporativo, por décadas, incentivou a separação entre quem somos e o que fazemos. “É só trabalho”, diziam. Mas não é só trabalho. É vida. É tempo. É energia criativa sendo direcionada, dia após dia. Se o trabalho se desconecta de quem somos, a alma começa a adoecer.
A dor de viver desconectado do que se é
Conheci pessoas brilhantes, com cargos incríveis, que confessaram se sentir “mortas por dentro”. Executivos premiados que viviam de ansiolíticos. Empreendedoras que acordavam chorando. Homens e mulheres que construíram uma carreira, mas perderam a si mesmos no processo.
E isso não é raro. É epidêmico.
A filosofia estoica já alertava para esse abismo entre o que se faz e o que se acredita. Epicteto dizia:
“Não busque que os eventos aconteçam como deseja, mas deseje que aconteçam como devem acontecer.”
A desconexão entre o trabalho e a alma gera frustração, ansiedade e uma sensação crônica de inadequação. O corpo adoece. O espírito silencia. A produtividade se torna tóxica.
A verdade do propósito: um chamado interno
Propósito não é um cargo. Nem uma profissão. É um alinhamento. É quando o que você faz toca o que você acredita. É o ponto de encontro entre seus talentos e as necessidades do mundo, como diria Aristóteles. E isso pode acontecer nas mais diversas ocupações — desde que haja consciência.
No livro Comece pelo Porquê, Simon Sinek afirma que “as pessoas não compram o que você faz, mas o porquê você faz.” O mesmo vale para viver: não é sobre o que você faz, mas sobre por que você faz. E esse “porquê” mora dentro.
Em Romanos 12:6-8 (NVT), Paulo diz: “Deus, em sua graça, concedeu-nos diferentes dons. […] Se for servir, sirva bem. Se for ensinar, ensine bem.” Trabalhar com propósito é colocar os dons a serviço com integridade. É ser inteiro no que se faz.
Quando o medo cede lugar à verdade
Carla era gerente de marketing numa multinacional. Tinha estabilidade, bônus, reconhecimento. Mas algo dentro dela pedia mudança. Uma vontade antiga de trabalhar com educação infantil. No coaching, ela dizia: “Mas largar tudo? E a segurança?” Até que um dia, em meio a uma crise de ansiedade, ela entendeu: continuar ali era uma forma de traição silenciosa.
Carla pediu demissão. Passou um ano estudando, ganhando menos, se ajustando. Hoje, coordena uma ONG que alfabetiza crianças em comunidades vulneráveis. Quando perguntei se sente falta da antiga vida, ela respondeu:
“Sinto falta do salário, mas não da falta de sentido. Hoje, me sinto inteira.”
Quando eu decidi alinhar trabalho e essência
Durante anos, fui bem-sucedido aos olhos do mundo. Tinha uma boa posição, bons resultados, bons salários. Mas sentia que algo em mim gritava por dentro. Foi nesse desconforto que comecei a escutar. E escutar me levou a mudar. Escrevi meu livro Nunca duvide que você é especial nesse processo de reconexão. E entendi que o propósito não era uma meta a alcançar — era uma decisão a viver.
Decidir viver com propósito não foi fácil. Exigiu abrir mão de algumas seguranças. De algumas expectativas externas. Mas, em troca, ganhei paz. Clareza. Coerência. E isso, para mim, não tem preço.
Exemplos reais de quem escolheu o propósito
A advogada que virou terapeuta
Fernanda era uma profissional respeitada no meio jurídico. Mas sempre sentiu que sua vocação era ajudar pessoas de forma mais próxima. Aos 38 anos, começou a estudar psicanálise. Hoje, é terapeuta e diz: “Troquei o status pela paz de estar onde minha alma pertence.”
O executivo que virou professor
Ricardo liderava uma multinacional. Era admirado, mas infeliz. Seu maior prazer era dar aulas como voluntário. Até que um dia, decidiu transformar isso em profissão. Hoje, é professor universitário em tempo integral e afirma: “Nunca trabalhei tanto — e nunca fui tão feliz.”
A empreendedora que criou um negócio com alma
Juliana sempre amou cozinhar, mas trabalhou anos em marketing. Um dia, após um curso de autoconhecimento, decidiu abrir um café afetivo. Cada detalhe do espaço tem seu toque. “Meu café é minha oração. É onde eu sirvo quem eu sou.”
Trabalhar com propósito também é cuidar da sua saúde mental e emocional
Trabalhar com propósito não transforma apenas a carreira — transforma a vida como um todo. Os impactos de alinhar o que você faz com quem você é são profundos e abrangem sua saúde mental, seus relacionamentos e até sua maneira de estar no mundo.
Propósito como antídoto contra o vazio e a ansiedade
Estudos da Gallup revelam que pessoas engajadas em atividades com significado reportam níveis muito menores de estresse, depressão e doenças psicossomáticas. Isso porque a falta de sentido no trabalho corrói silenciosamente a alma — e o corpo acompanha.
Como diz Provérbios 14:30:
“O coração em paz dá vida ao corpo, mas a inveja apodrece os ossos.”
Trabalhar em algo que contradiz seus valores mais profundos gera um estado constante de tensão, que se manifesta como ansiedade, fadiga crônica ou até burnout. Por outro lado, quando o trabalho tem propósito, ele nutre. Ele dá energia, mesmo nos dias difíceis.
Relações mais saudáveis começam quando você está inteiro
Uma das grandes consequências de viver sem propósito é o impacto que isso causa nos vínculos afetivos. A irritação constante, a apatia, a desconexão emocional… tudo isso mina relacionamentos com parceiros, filhos, amigos e colegas de equipe.
Já acompanhei histórias de casais onde a simples decisão de um deles em alinhar sua profissão ao seu chamado transformou a convivência. Quando estamos mais inteiros, mais alinhados internamente, conseguimos estar mais presentes para os outros. O amor se torna mais generoso. A escuta mais sincera. A convivência mais leve.
O impacto na sociedade — propósito é também serviço
Viver com propósito não beneficia apenas você. Pessoas que trabalham com sentido tendem a gerar mais impacto positivo ao seu redor. Suas decisões consideram o bem comum. Suas ações inspiram. Sua presença acalma.
Como diz Filipenses 2:4:
“Cada um cuide, não somente dos seus interesses, mas também dos interesses dos outros.”
E como reforça Simon Sinek:
“Servir é o novo liderar.”
Trabalhar com propósito é, no fundo, uma forma de serviço. É uma escolha diária de contribuir com o que se tem de melhor para o mundo.
Quando meu trabalho virou bálsamo para alguém
Lembro com emoção de um e-mail que recebi de uma leitora do meu livro Nunca duvide que você é especial. Ela disse que decidiu não desistir da própria vida depois de ler um capítulo onde eu falava sobre a coragem de recomeçar. Disse que chorou, rezou, e pela primeira vez em meses, sentiu paz.
Aquilo me marcou profundamente. Ali eu tive a certeza de que seguir meu propósito não era só sobre mim — era sobre as vidas que seriam tocadas por ele. E isso me renovou.
Trabalhar com propósito, no fim das contas, é isso: transformar o que nos feriu em semente. E permitir que essa semente floresça em outras histórias.
Propósito é uma construção, não uma iluminação
Existe um mito perigoso de que o propósito surge como uma iluminação repentina. Mas ele é, quase sempre, um processo. Um caminho que se revela passo a passo.
Trabalhar com propósito exige perguntas difíceis:
- O que me dá alegria genuína?
- O que me causa indignação profunda?
- O que eu faria mesmo se ninguém estivesse olhando?
E também exige coragem para desapegar do que não serve mais, mesmo que pareça confortável. Em Nunca duvide que você é especial, conto como precisei romper com um padrão de sucesso construído ao longo de décadas para reencontrar o que fazia meu coração vibrar.
Como iniciar sua jornada de propósito
1. Pare de esperar a permissão
Ninguém vai te entregar um diploma de propósito. Essa é uma estrada que você começa a caminhar — e a clareza vem no percurso. A pergunta não é “qual é meu propósito?”, mas: “o que faz sentido para mim hoje?”
2. Preste atenção aos sinais internos
O que te dá energia? O que te emociona? O que você faria mesmo se não pagassem? Essas pistas apontam para o que é essencial em você. E o essencial nunca engana.
3. Reescreva sua relação com trabalho
Trabalho não é castigo. É expressão. É serviço. É canal. Mesmo nos ambientes mais desafiadores, é possível colocar propósito no jeito como você age, fala, serve. O “como” também é sagrado.
4. Diminua o volume externo
Você vai ouvir que está louco. Que é irresponsável. Que vai se arrepender. Mas ninguém vive a sua vida por você. O propósito só se revela para quem tem coragem de calar o barulho e escutar a própria alma.
Práticas para alinhar seu trabalho ao seu propósito
Em todos os meus textos, você encontrará mais do que reflexões: encontrará práticas. Isso porque acredito que o autoconhecimento e o propósito não se manifestam apenas na teoria, mas na ação — no cotidiano, nas pequenas escolhas, nos hábitos que cultivamos.
As orientações que compartilho aqui não são fórmulas mágicas, mas são frutos de anos de experiência em processos de coaching, mentoria e desenvolvimento humano. São práticas que já ajudaram muitas pessoas a se reconectarem com sua verdade profissional e espiritual. E têm, além da minha vivência, respaldo em estudos de comportamento, espiritualidade prática e neurociência.
A proposta, então, não é te oferecer respostas prontas, mas caminhos. Convites. Espaços de escuta ativa, para que você possa se reencontrar com o que realmente importa. Se fizer sentido, experimente. Sinta no corpo. Reflita com o coração. E, acima de tudo, escolha o que te coloca mais perto de si mesmo(a).
- Escreva uma carta para você mesmo daqui a 5 anos. O que você está fazendo? Como se sente ao acordar?
- Liste atividades que te energizam e as que te drenam. O que isso revela sobre seu caminho atual?
- Converse com pessoas que admira. Peça que compartilhem suas viradas de propósito. Aprenda com quem já caminhou.
- Ore e medite com intencionalidade. Peça direção. Sabedoria. Confirmação.
- Se dê permissão para recomeçar. Às vezes, propósito não exige revolução — só realinhamento.
Escolher o propósito é escolher a si mesmo
Trabalhar com propósito não é sobre ter uma resposta pronta. É sobre fazer perguntas sinceras. É sobre ter coragem de escutar o que sua alma já sabe — mesmo quando o mundo diz que não faz sentido.
Como escrevo em Nunca duvide que você é especial, o dia em que tomei minha decisão de sair da zona de conforto foi o dia em que comecei, de verdade, a viver com inteireza. Tive medo. Tive dúvidas. Mas ganhei liberdade. Clareza. Direção.
Escolher o propósito é, antes de tudo, um ato de integridade. E ninguém pode viver sua verdade por você.
Agora feche os olhos. Respire fundo. E pergunte:
“Estou sendo fiel à vida que desejo viver?”
Se esse texto te tocou, compartilhe com alguém que está em conflito com sua carreira. E lembre-se: propósito não é um luxo. É a ponte entre o que você faz e quem você é.
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